quarta-feira, 21 de julho de 2010

O "Ser" Romântico

Reale & Antiseri, em seus livros, colocam a conhecer as estruturas, os métodos e os conteúdos próprios do pensamento / consciência do "ser" humano romântico. Essa postagem está no formato de resumo / fichamento principalmente pelo fato de que minha intenção aqui foi a de pontuar tópicos que me impressionaram quando realizei a leitura deste tema. Assim, o texto em si foi extraído destas obras.

O "Ser" Romântico
O "ser" romântico possui características interiores que lembram muito os idealistas, poetas, artistas e filósofos, por apresentarem constante expectativa no Amor, na profissão, entre outros assuntos da vida diária. Acima de tudo está seu profundo sentimento por Deus. Sensibilizado também pela natureza de tudo à sua volta, tanto os seres animados quanto os inanimados. Por detrás de toda visibilidade, busca penetrar no segredo de tudo ao seu redor, que ao mesmo tempo é a busca do segredo que há em sua "psichè". Os meios para alcançar isso não repousam apenas no seu intelecto, mas também em sua índole, natureza, gênio, mentalidade, ânimo, isto é, na mais íntima qualidade de sua vida emocional. Interessa-se por todas as manifestações do inconsciente, como seus sonhos e seu caráter. Não há equívocos ou abstrações demais, como deve parecer, mas sim forças vitais e realidades. O sentimento de tornar-se, transformar-se, vir à ser, ficar, está imbutido nele fortemente como uma série natural de metamorfoses. O processo de desenvolvimento intelectual e emocional de um indivíduo o fascina, como o fato deste viver igualmente em vários lugares e em várias pessoas, através da literatura e de toda história cultural de um povo.


O ideal de pessoa no...
Romantismo - extrema sensibilidade, capacitando o ser humano "sentir por dentro" (visões e idéias) e "sentir com" (amizade e família), uma rica vida interior, acreditar no poder da inspiração, intuição e espontaneidade, e ainda, na importância atribuída à vida emocional.
Relacionamento amoroso - qualidade espiritual e emocional, noção de amor duradouro, anseio por algo indefinível e extraordinário, contínua inquietação, perambulando incertamente ao redor.
Amor romântico - fusão de paixão física e atração espiritual. A pessoa romântica sente saudade, nostalgia, anseio, desejo ardente, entusiasmo fácil e sentimentalismo.


O romântico dá o melhor de seus talentos à improvisação e às conversas, na literatura, música e artes. Para ele, o Amor brota do Absoluto e constitui uma unidade indissolúvel. Valoriza o sentimento, sente uma tempestade de sentimentos dentro de si, como uma efervescência ou confusão caótica de sentimentos. Sente a exaltação da liberdade e o desejo de infringir convenções e leis externas. Os sentimentos são fortes, e as paixões calorosas e impetuosas, bem como os caracteres francos e abertos. O romance é estado de espírito, como também, considerado fabuloso, extravagante, fantástico, irreal, misterioso e, principalmente, miraculoso.


Mas claro que tudo que é bom, possui alguns aspectos ruins...
O romântico demonstra condição de conflito interior, dilaceração do sentimento que nunca se sente satisfeito, que se encontra em contraste com a realidade e aspira à algo mais, que no entanto, lhe escapa continuamente. Entendido como fato psicológico, o sentimento romântico não é o chamado sentimental, isto é, o sentimento melancólico-contemplativo, mas sim muito mais um dado de sensibilidade quando ela se traduz em estado de excessiva ou até permanente impressionabilidade, irritabilidade e reatividade. Na sensibilidade romântica, o termo mais preciso para indicar este estado de espírito é a "ansiedade" (anelo apaixonado é menos significativo).


O romântico deseja...
A Saudade - "mal", isto é, desejo do retorno a uma felicidade antes possuída ou pelo menos conhecida e determinável.
O Amor romântico - é desejo que nunca pode alcançar a sua meta, porque não a conhece e não quer ou não pode conhecê-la: é o "mal" do desejo. Tal desejo irrealizável porque indefinível, pois deseja tudo e nada ao mesmo tempo.
A Busca do Desejo -desejar o desejar, desejo que é sentido como inextinguível e que, precisamente por isso, encontra em si mesmo a plena saciedade.


Todo romântico tem sede de infinito e aquela ansiedade, que é desejo irrealizável, o é precisamente porque aquilo pelo que anseia, na realidade, é o Infinito. Os românticos expressam essa tendência ao infinito também como perene "tender" que nunca cessa, porque as experiências humanas são todas finitas, ao passo que seu objeto é sempre infinito e como tais, são sempre transcendidas. O todo se reflete de alguma forma no indivíduo, assim como, ao contrário, o homem se reflete no todo. O sentimento de pertencer ao uno todo, "... ser um com um todo...", esse é o céu para o romântico. Ser um com tudo o que vive, e em feliz esquecimento de si mesmo, retornar ao todo da natureza. Esse é o ponto mais alto do pensamento e da alegria, é o pico sagrado da montanha, é o lugar da calma eterna, onde o meio-dia perde o seu mormaço, o trovão a sua voz e o mar frimente e espumejante, se assemelha as ondas do campo de trigo. Ser um com tudo o que vive. Com essas palavras, a virtude despe sua couraça austera, o espírito humano despoja-se do cetro e todos os pensamentos se dispersam diante da imagem do mundo eternamente uno, como as regras do artista dedicado diante de sua Urânia, bem como a férrea fatalidade renuncia ao seu poder, a morte desaparece da sociedade das criaturas e a indissolubilidade e a eterna juventude tornam o mundo belo e feliz. Os românticos nutrem o fortíssimo anseio de liberdade, que para muitos deles expressa o próprio fundamento da realidade, e por isso, apreciam-na em todas as suas manifestações. 
Platão analisa o Amor como não sendo nem belo nem bom, mas é sede de beleza e bondade. O Amor, portanto, não é Deus (somente Deus é sempre belo e bom) nem homem. Não é mortal nem imortal. Assim, o Amor é "filósofo", no sentido mais denso do termo. A "filosofia", é apanágio do que não é nem ignorante nem sábio, do que não possui o saber, mas à ele aspira, do que sempre busca alcançá-lo e, tendo-o alcançado, percebe que ele lhe foge novamente para que, como amante, continue à procurá-lo. O que os homens comumente denominam Amor não representa senão pequena parte do verdadeiro Amor: o verdadeiro Amor é desejo do belo, do bem, da sabedoria, da felicidade, da imortabilidade, do Absoluto.

Goethe, poesia, estilo de vida e pensamento...
"A Natureza é espírito visível e o Espírito é natureza invisível"
"O Infinito é o sentido e a raiz do finito"
"A poesia cura as feridas inflingidas pelo intelecto", assim "O poeta compreende a natureza melhor do que o cientista"

Referências Bibliográficas:
Reale, G. & Antiseri, D. "História da Filosofia: Do Romantismo até nossos dias (Coleção Filosofia)". São Paulo: Paulus, 1991
Reale, G. & Antiseri, D. "História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média - Volume I (Coleção Filosofia)". São Paulo: Paulus, 1991
*Extraído da obra de Henri F. Ellenberger.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O "Efeito" Academia

     Antes que me perguntem o que academia tem em comum com psicologia e por que vou escrever sobre isso hoje, já me adianto em dizer que talvez não tenham em comum seus ambientes, mas literalmente pode-se conseguir grandes benefícios psicológicos advindos desta prática. E por ter presenciado e sentido estes benefícios, estou aqui a falar um pouco sobre isso.
     Três pontos principais: Depressão, Ansiedade e Obesidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (CID-10, 1993) sabe-se que estas patologias podem ser adquiridas de várias formas, ou seja, desde o mau funcionamento do metabolismo, doenças crônicas e como também aquelas que advém do uso de substâncias psicoativas. Não entrando no lado complexo destas, por agora vou falar delas, no sentido de resultantes de um estresse devido ao excesso de trabalho e responsabilidades e ausência quase total de lazer.
     Na correria que o nosso mundo vive hoje, se não tomarmos o devido cuidado com nosso corpo, tanto o físico quanto o mental, podemos perder o fio da meada e quando nos dermos conta, terá se passado muito tempo e talvez já não tenhamos o mesmo pique e a mesma saúde, para nos cuidarmos devidamente por si próprios. Quantas pessoas se arrependem, hoje, de não ter parado de fumar e beber, de ter se alimentado melhor, de ter feito exercícios físicos regularmente, ter se dado um tempo para o lazer e tentado ficar mais calmos. Muitos que não procuraram se cuidar de maneira adequada durante toda a vida, começam a sentir os resultados logo cedo. Primeiro vem as dores, depois vem os remédios para as dores, e o pior não é isso, o pior é quando se toma um remédio para um determinado problema e este mesmo remédio desencadeia um outro problema porque afeta um hormônio ou algo do organismo que possuem uma importante função de regulação.
     Aí se torna um beco sem saída ou um circulo vicioso em torno de remédios e mais remédios, quando o mais simples seria ter seguido algumas recomendações básicas dos médicos como: "Não fume", "Beba com moderação", "Pratique exercícios físicos regularmente", "Tome no mínimo dois litros de água por dia" ou até uma recomendação que recebi por e-mail por estes dias "Coma duas bananas por dia e dispense o médico". O mais engraçado é que eu, não sei se por supertição ou por realmente conhecer as propriedades benéficas que esta fruta possui, mais uma vez, optei por colocar no meu cárdapio mais esta dica. 
     Não acredito e não opto por mudar meus hábitos a partir de tudo que ouço, mas quando se trata do básico, frutas, verduras, legumes, não tem como não aceitar, porque definitivamente enquanto eu puder, eu aceito as frutas e dispenso o médico. Reiterando de que à cada seis meses se deve fazer uma consulta com um clínico geral para ver se tudo continua em perfeitas condições, o ditado continua firme: "Prevenir é (sempre!) melhor do que remediar.
     Sempre é tempo de começar ou até recomeçar. Quando me refiro ao "efeito" academia, estou querendo colocar aqui à vocês, os benefícios concretos que se pode conseguir freqüentando a academia, o tempo mínimo recomendado que é uma hora por dia / três vezes por semana. Não tenho formação alguma em Educação Física, portanto, quero deixar bem claro, que o que escrevo aqui são conclusões minhas resultantes de minha atividade física e do que observo nas pessoas, aí sim, como estudante de psicologia.
     Retomando agora, as patologias que citei acima, primeiramente quero falar sobre a Depressão que em geral é um estado onde o indivíduo sente-se abatido, triste, desanimado. Normalmente, quando a pessoa sente-se ou acredita estar deprimida, a primeira reação desta é ir ao médico. É obvio, que sempre que sentimos que nossa saúde não vai bem, temos de ir ao médico, mas aqui quero colocar que ao lado do alopata, podemos procurar outras formas de recuperação, sem numa situação inicial recorrer apressadamente aos remédios, aqueles que alguns chamam de "pílula da felicidade ou da alegria".
     Quando realizamos qualquer tipo de exercício físico seja ao ar livre ou em uma academia, realizamos algo que não percebemos com o nosso corpo e a nossa mente, e é esse "realizar algo " que não vemos, que está dentro de nós, mais especificamente, dentro das reações que ocorrem dentro de nosso cérebro, é que estão os verdadeiros benefícios. Quando realizamos um treino ou exercício, em nosso cérebro, substâncias são liberadas. De acordo com J. P. J. Pinel (2005, 115 - 128), em seu livro "Biopsicologia", substâncias são liberadas durante a transmissão sináptica, e estas são denominadas neurotransmissores. Existem diferentes tipos de neurotransmissores / neuromoduladores, que são classificados de acordo com a sua natureza química: Aminoácidos, Aminas e Purinas. Mais especificamente, as Aminas, agem como neuromoduladores e se dividem entre os tipos: histamina, serotonina, dopamina, entre ouitras. Estas influenciam diretamente o limiar entre a saúde e a doença no sistema nervoso. 
     Pinel exemplifica que "a maioria das drogas administradas a pacientes com doenças do sistema nervoso age imitando neurotransmissores / neuromoduladores ou bloqueando a capacidade de interação de neurotransmissores / neuromoduladores com seus receptores". Aqui se encontra a grande questão: se exercícios físicos liberam da mesma maneira os neurotransmissores / neuromoduladores durante a transmissão sináptica, por que recorrer a "drogas" para se obter o mesmo resultado? Não quero dizer que não há a necessidade da administração dessas "drogas" por determinados pacientes, cujos casos, já ultrapassaram o limite do "não ir ao médico / não tomar remédios". Há casos e casos e aqui estou colocando sobre casos ainda iniciais que poderiam ter outra opção de reabilitação. 

Continua...



Como diz meu amigo Alexandre Ribeiro:"... o futuro só depende, de cada um de nós, que corre átras de seus objetivos, sem desistir jamais... sempre conquistando algo que possa te dar orgulho de si próprio..."

domingo, 11 de julho de 2010

Superando os Limites da Inteligência dita Limitada...

Cada um possui uma essência própria, que deve ser desmembrada infinitamente, superando todos os limites, no que diz respeito a nossa existência. Não devemos nos limitar e também não nos deixar ser limitados por nada. Nossos pensamentos devem ser grandiosos e transformados em atitudes nobres. Não devemos nos sentir coagidos a agir determinadamente por outros, mas devemos ser conscientes de nossas ações e agir sempre para o bem de tudo e todos. 
     Por todas as pessoas possuírem em si atributos, como ferramentas, devemos utilizá-las e manuseá-las da melhor forma. A inteligência é um exemplo clássico de algo que todos possuem e que um dia em nossos pensamentos foi concebida como se fosse limitada. Ela é algo que deve ser colocada em ação e com o seu manuseio, superar todos os limites, que às vezes são apenas imaginários. Apenas nos basta, inicialmente, nossa vontade, nossa motivação, para progredir.
     Surgirão obstáculos, sempre surgirão, mas olhem para eles como olhamos para uma montanha com muitos metros de altura, onde teremos que escalar, e a cada pedra escalada estaremos mais perto de alcançar o topo. Às vezes, tropeçaremos, mas devemos nos levantar e continuar a escalada, continuar nossa jornada ao topo, para realizarmos nossos sonhos, metas e objetivos de vida. Em primeiro lugar, temos que colocá-los como prioridade dentro de nossos corações, pois a maior parte de nossa força vem de nosso interior. Todos os grandes idealizadores e realizadores de todos os tempos, enfrentaram muitas dificuldades, antes de alcançarem o limiar de seus objetivos. Não devemos nos deixar abater pelas críticas, mas interiorizá-las e exteriorizar delas o seu melhor. Não são atitudes fáceis, na verdade são por demais difíceis, mas aí é que se encontra o significado e a missão de nossas vidas. As provações surgirão e devem ser superadas. Nossa vontade deve nos reger sempre para o que há de melhor em nós. 
     Todas as pessoas, todas elas, tem em si, atributos que quando descobertos, só lhes basta enriquecê-los. Nossos corpos possuem funções iguais, isso nos é dado a partir de nosso nascimento. A questão da inteligência é pensada como se uns fossem inteligentes e outros não, o que é um grande absurdo, se todos possuem um cérebro, todos possuem a inteligência. Não vou negar que para muitos lhes falta oportunidade, mas o que realmente diferencia um ser humano de outro é a vontade. Isso é visto, quando vemos exemplos de pessoas próximas a nós, que não tinham a oportunidade mas graças a grande vontade, conseguiram alcançar as oportunidades ou aí estas lhe foram dadas. 
     Uns gostam de ler, outros de cantar, e ainda, aqueles que gostam de construir, inventar, entre outras habilidades, que a partir de nosso corpo, como instrumento, podemos realizar no mundo. Se temos a ferramenta e sentimos a vontade, então o primeiro passo é ir rumo ao melhor desempenho do que se propõe a realizar. Cada passo por menor que seja, é mais um passo à frente e em direção ao sonho ou meta de vida. Eu vejo o cérebro como um músculo. Se podemos desenvolver um músculo através de treino e prática de exercícios constantes, com o cérebro a mesma coisa, se treinamos nosso cérebro à leitura, à escrita, à cálculos, pouco a pouco a inteligência vai ganhando espaço e se desenvolvendo mais e mais. 
     O processo em si não é fácil, às vezes doloroso e cansativo, mas com o tempo os resultados surgem e aí todo o "sofrimento inicial" desaparece, devido o orgulho diante dos resultados.  Portanto, não estacione, nem regrida, esteja aberto à mudanças e à aprendizagem. Um dia após o outro, um passo a frente de outro e o objetivo será alcançado através de determinação e perseverança as oportunidades aparecerão de uma forma ou de outra.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dialogar sobre Ética e Civilização

             Que palavra tão pequenina na pronúncia e tão grandiosa em direções pode nos deixar mais confusos diante da vida e do mundo, que a palavra Ética. Sempre quis saber um pouco mais sobre como as pessoas a interiorizam e em seus pensamentos a reformulam , para assim, a exteriorizarem através de atitudes nas relações que estabelecem posteriormente com outros.
            A minha preocupação em colocar este tema, não se refere à justificativas em relação ao seu significado, mas sim ao quanto ela é importante para mim e para você, que agora lê estas linhas, no sentido de como são nossas atitudes influenciadas por ela. Se existe uma ética que vêm de fora, ela é uma ética imposta pela civilização, religião ou ideologia? Se ela vêm de dentro, algo existente em nós como uma essência, pronta desde nosso nascimento ou desenvolvida ao longo de nosso crescimento com o viés individual e / ou o viés patriarcal familiar / sociedade nos connduzindo? O que vocês acreditam ser? O que nos conduz?  
            Particularmente acredito que a ética é induzida de diversas formas, e graças à Deus que sim, pois se ela não estivesse na grande maioria das pessoas, sinceramente lhes digo que nossa civilização já teria deixado de existir. Minha opinião é que ela nos é interiorizada desde nosso nascimento. Posso afirmar que ela nos é dada, concedida, por aqueles que possuem a função materna / paterna diante de nós, àqueles que cuidam e ajudam em nosso desenvolvimento geral. Estes tem o dever de introduzir ela em nós. Se saírmos às ruas à realizar uma pesquisa sobre este tema, independente da quantidade de pessoas, muitos ouvirão esta palavra e a associarão com Educação. Digamos que tenha à ver, mas ter ética é muito mais que ter / receber educação. Você pode ser ensinado e aprender a agir de uma determinada maneira "certa ou errada", "boa ou ruim", mas o que irá lhe conduzir a uma determinada atitude e à pesar sobre ela depois de realizada, será a ética. 
           Para Spinoza (Ética, p. 13, 2008) "ser livre é existir exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir (...) e ser coagido é ser determinado por outro a existir e a operar de maneira definida e determinada.". Daí surge a pergunta, relacionada à liberdade da ação: Somos realmente livres? Até que ponto temos liberdade de ação e onde começa a indução da civilização? Não podemos negar, o que Spinoza explícita em seu livro, que sob um olhar mais atento, não somos livres de forma alguma, e sim somos desde nosso nascimento determinados por Deus a existir e por outros por toda a nossa vida, coagidos, a operar de maneira definida e determinada, e quando nos desviamos por um só momento do que nos é proposto como sendo o certo, o bom, o perfeito, nos vêm as conseqüências e destas não podemos fugir, pois quando fugimos de uma sentença estipulada pelos homens, ainda nos sobra a sentença dada pela nossa consciência a partir do momento que tomamos conta dela. 
           Não irei aqui fugir do assunto que me propus a dialogar, mas irei comentar alguns outros autores que falam sobre esta coação que o indivíduo vive. Não levando para o lado crítico desta coação, como sendo de alguma maneira imposta erroneamente, mas sim mostrando através de seus conceitos a necessidade de ela ser imposta. Esses autores seriam Sigmund Freud em seu livro "O Futuro de uma Ilusão, o Mal-Estar na Civilização e outros trabalhos - Volume XXI" (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud) e Herbert Marcuse em seu livro "Eros e Civilização - Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud. Dois pontos importantes a serem discutidos. Este tema é muito extenso, aqui se dá, o início do que eu gostaria de debater com vocês, através de relatos sérios, para assim darmos continuidade. Agradeço desde já a atenção, o interesse e aguardo ansiosamente por suas visitas.